terça-feira, 19 de março de 2013

Abraço ao Daniel Mordzinski



O argentino Daniel Mordzinski fotografou-me três ou quatro vezes, na Póvoa de Varzim e em Matosinhos. Tendo em conta a quantidade (e sobretudo a qualidade) dos escritores presentes no portfólio dele, ser fotografado pelo Daniel é uma daquelas ocasiões em que posar nos enobrece, mesmo se o Daniel acha boa ideia retratar-nos sentados numa sanita com um rolo de papel higiénico na mão, olhando-o como se estivéssemos lendo um livro infinito. Existe sempre uma grande probabilidade de a ideia ser boa, tantas e tão boas fotos fez o argentino ao longo da vida, ainda que ele não consiga disfarçar-nos a cara de parvo (conforme exemplo anexo).

A maior parte do notável trabalho do Danel, conforme aqui pode ser lido, desapareceu devido a uma decisão inqualificável de um jornal francês. Uma parte da história da cultura contemporânea foi atirada ao lixo, ou roubada, ou confiscada ilegalmente, é impossível sabê-lo ao certo. Não há muito a fazer e a maior parte do que se perdeu é irrecuperável, mas não custa nada enviar um abraço ao Daniel. Não salva, mas talvez reconforte.

Saludo, hermano.