terça-feira, 30 de agosto de 2011

A destruição de livros está longe de ter terminado


Sem rodeios: encontrava-me semi-defenestrado, metade do corpo dentro de casa, a outra metade lá fora, esfregando os vidros, quando a minha vizinha do lado perguntou lá de baixo, da rua, se podia incomodar-me um minutinho. Não incomodou nada. Veio, por causa da crónica anterior, trazer-me um livrinho totalmente dedicado à queima de livros ao longo dos tempos: A Universal History of the Destruction Of Books, de Fernando Báez (2004; editado em Português, em 2009, pela Texto Editora), é muito mais exaustivo do que o meu artigo podia ser e elenca exemplos de destruição desde a antiga Suméria ao Iraque "libertado" pelos norte-americanos em 2003. E conclui: "A internet (...) tornará mais difícil a destruição de livros, mas não deterá a censura ou o desejo de erradicar os dados armazenados nos computadores. Por outras palavras, a destruição de livros está longe de ter terminado".