sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A conspiração chinesa

A extraordinária Câmara Municipal do Porto tinha cinco mil amigos no Facebook e está agora inconsolável, a pobrezinha, por que o brinquedo foi “silenciado”. A bem-amada edilidade, como Quixote na inóspita imensidão de La Mancha, suspeita de que “possa estar em causa uma tentativa de boicote a um dos suportes de comunicação directa da autarquia com maior sucesso junto dos cibernautas o que, a confirmar-se, configuraria uma prática de pirataria informática, ainda pouco usual neste tipo de ferramenta”. A imprensa normal, mas traiçoeira que eu sei lá, conseguiu apurar a existência de um “bug” que terá apagado várias contas do Facebook. Ora um “bug”, como se sabe, há-de ser coisa do demo. Se a Câmara do Porto estivesse mais atenta, poderia, aliás, ter lido uma outra notícia segundo a qual a China consegue desviar o tráfego da internet para os seus servidores. Somando dois mais dois, facilmente a autarquia teria concluído o óbvio, ou seja, que foi objecto de uma conspiração maoísta e comunista, provavelmente orquestrada pelo vereador do PCP na câmara e pelo fantasma de Gengis Khan - uma grande e pérfida conspiração internacional destinada a silenciar a autarquia de Rui Rio e a roubar-lhe todos os seus amigos.