quinta-feira, 17 de junho de 2010

Futebol na cabeça



Tenho feito algum esforço para concentrar os dois neurónios (o bêbado e o distraído) em outros assuntos de maior acutilância social, mas, inevitavelmente, acabo em frente à televisão a torcer pela equipa errada. Queria, sim, qualificar em termos particularmente severos a proposta social-democrata destinada a liberalizar os despedimentos e eternizar os contratos a prazo, mas creio que a minha opinião definitiva pode perfeitamente esperar pelo dia, não muito distante, em que Passos Coelho proporá a reinstitucionalização da escravatura como motor do desenvovimento económico. Para já, gosto cada vez mais de futebol. Olha-se para as selecções em competição na África do Sul e há ganeses e polacos na equipa alemã, cabo-verdianos e turcos na equipa da suíça, nigerianos e mexicanos nos EUA, marfinenses e senegaleses na equipa francesa, ucranianos e italianos na Austrália, brasileiros e canadianos na selecção portuguesa. O mundo parece um sítio bestialmente melhor e mais tolerante quando se resume a um rectângulo relvado. De resto, também no futebol Portugal é a merda que se sabe e só me custa um pouco ver a Nigéria perder com a Grécia.