Enquanto observa a quotidiana actividade nocturna de uma osga, Palomar, o personagem de Italo Calvino, nota que o réptil aparenta ser um mecanismo sofisticado e bastante detalhado, causando-lhe impressão que, apesar disso, a osga execute um leque bastante limitado de acções – quase um desperdício de potencialidades. Feita a constatação, ocorre ao senhor Palomar que talvez seja essa a maior perfeição do animal e a melhor lição que tem para dar ao Homem: concentrar-se no ser e desprezar o fazer. Hei-de tentar seguir mais vezes o exemplo da osga.