segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Post de Natal



Um estudo da consultora Deloitte, que a agência Lusa hoje revelou, garante que os portugueses vão riscar duas pessoas das listas de Natal. O tuga, de acordo com o insuspeito estudo, tornou-se um dos mais cautelosos cidadãos da Europa e, por isso, vai comprar apenas treze presentes (em média, claro).

Gostava de ser capaz de manifestar choque & pavor ante a catástrofe em curso, mas, muito sinceramente, este é um cenário que não me deixa espantado nem surpreendido. Na verdade, é ainda necessário ser-se muito crédulo para comprar treze presentes de Natal, sobretudo depois de ontem termos visto o presidente do Governo Regional da Madeira pronunciar, nos telejornais, a destruidora confissão segundo a qual ele é o Menino Jesus.

Como isto anda tudo ligado, e para que tenhamos presentes os verdadeiros e espitiruais valores do Natal, por oposição ao horroroso mercantilismo, alguns católicos lançaram a ideia de pendurar nas janelas um pano vermelho com um Menino Jesus estampado (o qual, parece, pode ser comprado nos melhores templos da especialidade pela módica quantia de quinze euros). Ainda não vi nenhum Menino Jesus nas janelas dos bairros sociais do Porto, mas as vivendas e os apartamentos da Foz e de Nevogilde ostentam já inúmeros exemplares do bento estandarte.

Estou, pois, à beira de concluir que o Menino Jesus não gosta dos pobrezinhos (ou vice-versa). E aviso desde já que não voto no Alberto João Jardim nem que o Scolari desça à terrinha e mande pendurar um Menino Jesus em cada janela.