terça-feira, 2 de setembro de 2014

A morte de um viajante





















Acontece às vezes: a morte sobressalta-nos ao virar da esquina. Um pássaro, por exemplo, morreu esta manhã no passeio público. Não sei como foi e os matutinos alheios à efémera poesia das coisas comuns não lavrarão auto desta ocorrência mínima e delicada. Ínfima. O pássaro morto podia apenas estar dormindo, não fosse a posição hirta das patas. Rigidez post-mortem. Não voltará a voar. É um viajante que não viaja mais. Um cadáver como os outros.