quinta-feira, 5 de junho de 2014

A falácia da generalização

O post anterior, conforme se terão apercebido os leitores mais atentos, enferma de um defeito óbvio. Incorre na falácia da generalização. Devia ser mais ou menos evidente que não posso conhecer os motivos que levavam Torrente Ballester a escrever e que muito menos devia atrever-me a presumir alguma coisa sobre o assunto, quanto mais não seja porque amiúde também não sei muito bem porque escrevo e porque não me calo. Tenho, aliás, a impressão de que todas as minhas certezas se vão dissolvendo no ar, transformando-se numa espécie de neblina confusa a que não sou capaz de encontrar nexo. O mundo não está condenado ao progresso e o homem talvez não queira continuar a evoluir. Facilmente se contenta com Le Pen, com Portas, com Passos Coelho, com Rajoy, com Berlusconi, com um Holande qualquer, facilmente se deixa enganar, corromper ou aviltar — o que vem a ser outra generalização falaciosa.