segunda-feira, 1 de julho de 2013

Robert de Niro

Enquanto, ontem, bebericava o fininho da praxe à beira-mar, um matulão louro perguntou-me se podia sentar-se na minha mesa. Assenti e, logo a seguir, chegaram a mulher e o filho do homem, uma família ucraniana com certeza, munida de um saco plástico de cerejas para petiscar ao entardecer. A despeito das conversas dos pais naquela língua bárbara que usam na Ucrânia, o infante trazia uma camisola da selecção portuguesa de futebol em versão loja dos chineses e expressava-se em português correctíssimo, proclamando sonoros "fuuuuuuaaaaaago" para responder às tímidas tentativas parentais de domesticação. Como tiveram a simpatia de me oferecer uma mãozada de belas cerejas (apenas um pouco quentes), perguntei se o moço já tinha nascido em Portugal (tinha) e, depois, inquiri como se chamava. Chama-se Robert de Niro. Nunca mais me esqueço.