terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Livros que estamos a perder


Cheguei ao fim da viagem de Richard Francis Burton, o que significa também que terminei de ler O Colecionador de Mundos, o épico romance de Ilija Trojanow. O nome do escritor búlgaro dirá quase nada à esmagadora maioria das pessoas. Eu também não conhecia. E como a ignorância pode, às vezes, ser construtiva, fico a pensar na enorme quantidade de grandes escritores que desconhecemos e que, pior do que isso, estamos a perder, apesar de toda a gente saber o nome de uma tal E.L.James, apenas porque os livros que escreve funcionam (pelo vistos bem) como paliativo sexual e se vendem às pazadas. O Colecionador de Mundos poderá não providenciar promessas de orgasmos múltiplos, mas há-de, ao menos, pôr a funcionar aqueles dois neurónios preguiçosos que, volta e meia, vão às urnas e elegem tipos como o José Sócrates, o Rui Rio e o Passos Coelho. Leiam-no, pois, que eu vou desta para uma viagem talvez ainda melhor, uma coisinha chamada Austelitz, de um senhor que nunca me deixou ficar mal: W.G.Sebald.