domingo, 11 de dezembro de 2011

Não basta fazê-las enormes e tapar as janelas do Siza


Creio que não andarei muito longe da verdade se afirmar, com a natural insensatez que em mim se abriga, que o aspecto mais notável das fotografias de Thomas Struth expostas em Serralves é o tamanho em que estão impressas (isso e a capacidade de Struth para se levantar de madrugada a tempo de conseguir fotografar as cidades ainda sem gente). Impressionou-me, ainda assim, o paradoxo e a confusão mental que se pode estabelecer durante a visualização, numa sala vazia, das enormes fotografias em que aparecem as salas de grandes museus cheias de gente a olhar para quadros famosos, bem como o cuidado dos responsáveis por Serralves em correr os estores das janelas do museu. Muito sinceramente, qualquer das imagens do parque que pudessem ver-se pelos janelões do Siza seria muito mais espectacular do que as fotografias gigantes do Struth.