domingo, 18 de setembro de 2011

A grande máquina das coincidências

Corro, bem sei, o risco de parecer um imitador foleiro e muito barato do Enrique Vila-Matas, mas as coincidências não cessam de me surpreender.

Existe, no Uma Mentira Mil Vezes Repetida, um capítulo em que o narrador conta como várias das suas ideias literárias foram antecipadas por autores conceituados, assim o dissuadindo de escrever o que quer que fosse. Acaba, por isso mesmo, abandonando a possibilidade de escrever um romance que tivesse uma personagem chamada Cândida Branca Flor, como a falecida cantora, uma vez que lhe pareceu provável que alguém tivesse tido a mesma ideia entretanto. Ora, quando Uma Mentira Mil Vezes Repetida está para chegar às livrarias, estreia em Lisboa uma peça teatral que tem por assunto a própria Cândida Branca Flor, como se a realidade se tivesse transformado numa delirante provocação.

Ontem também, terminado o novo romance do Valter, pus em cima da mesa um livro de Menchu Gutiérrez, La niebla, tres veces, cuja leitura, entretanto, iniciei. Ora, mal tinha terminado a operação de pousar o livro na mesa, abri a edição electrónica do El País e comecei a ler um trabalho do Winston Manrique Sabugal dedicado aos autores que, sendo excelentes, não conseguem nunca alcançar o sucesso (o qual é, de certo modo, um dos assunto abordados no Uma Mentira Mil Vezes Repetida). Como se isto não fosse o suficiente, façam o favor de confirmar quem são os autores a que o Winston se refere. Pois....