quarta-feira, 3 de março de 2010

Breve evocação



Esgotado o tocante momento em que recebo um abraço do Malangatana, com a inquestionável vantagem de a fotografia vos poupar à contemplação do meu focinho risonho, devo recordar ainda mais dois ou três momentos marcantes que ficarão para a (minha) posteridade enquanto indivíduo que, digamos, participou nas Correntes d’Escritas de 2010. A saber:

1.Conheci o Mário Zambujal. Ganhei coragem (não é fácil enfrentar a diferença de estatura moral que nos separa de um gigante) e dirigi-lhe a palavra para lhe dizer que alguém, uma senhora, andava à procura dele para lhe entregar o cartão multibanco que, pelos vistos, tinha perdido.

2.Imbuído do mesmo espírito aventureiro, aproveitei a presença de alguns conhecidos para, de modo totalmente abusivo, me sentar à mesma mesa do Héctor Abad Faciolince. O meu atrevimento foi totalmente recompensado quando, muito literariamente, o enorme escritor colombiano me pagou uma CR&F.

3.Conheci também a Mónica Marques, a qual, não podendo apreciar-me pelos dotes literários, terminou - quando confrontada presencialmente e de modo (talvez) violento com o meu inenarrável pé-de-dança - por mostrar um excessivo entusiasmo pelos meus dotes de bailarino.

4.O Luís Filipe Cristóvão, ou o homem que queria ser ele, ou que se faz passar por ele, nunca sei bem, é um cavalheiro irrepreensível, o qual, a despeito de um lamentável sportinguismo, manifesta grande interesse pela nobre arte do futebol. Creio que lhe fiquei a dever uma ou duas cervejas (há uma altura da noite em que, francamente, deixo de fazer contas), mas comprometo-me publicamente a ressarci-lo em grande estilo.