domingo, 3 de janeiro de 2010

Devaneio poético para o ano que começa

Lá fora o vento rugiu toda a noite, feroz como um animal que rondasse, louco, as paredes do quarto e sacudisse o edifício, querendo entrar e profanar tudo, virar-nos do avesso. Imaginei esse vento pressentido, escutado, igual ao dos vendavais dos países distantes vistos nos noticiários da televisão, arrasando casas e torres de alta tensão, obrigando as pessoas a agarrarem-se aos semáforos, aos postes de iluminação pública, aos sinais de trânsito. Imaginei-o e, por isso, agarrei-me muito a ti.