quinta-feira, 14 de maio de 2009

Ginecologia

A despeito da quase patológica atenção a tudo o que diga respeito à problemática sanitária e às questões conexas, o Teatro Anatómico, com o desassombro que lhe é característico, não vê nenhum mal no facto de um grupo de ginecologistas portugueses ter ido a um congresso à Malásia e de, ali, ter efectuado uma expedição a uma ilha paradisíaca e participado numa festarola em que os clínicos se disfarçaram de piratas. Conhecendo-se o terror patológico que algumas mulheres nutrem pela figura do ginecologista, parece que o uso de disfarces divertidos pode contribuir decisivamente para desdramatizar e aligeirar a sempre traumática relação médico-paciente, à imagem do que já vem sendo praticado por alguns pediatras e dentistas. Não tenhamos qualquer dúvida: um papa nicolau pode transformar-se, por exemplo, numa lúdica incursão à gruta do tesouro dos piratas das Caraíbas, desde que, evidentemente, haja da parte do ginecologista o bom senso de não aparecer disfarçado de Capitão Gancho.