terça-feira, 18 de novembro de 2008

Piratas

Alguma da melhor literatura do mundo está povoada de piratas. Ora amáveis, ora cruéis, a memória retrata-os, em quase todos os casos, como homens aventureiros e livres, comandando navios que eram o terror dos mares, atacando e assaltando as embarcações dos países ricos para distribuírem o saque de forma mais ou menos socialista. Eram uma espécie de Robin Wood dos mares, terroristas das ondas, e alguns chegaram a ser elevados à condição de homens de Estado pelos bravos serviços prestados às suas nações, ajudando a desbaratar impérios que tinham crescido demais, que eram demasiado poderosos. Agora que os piratas são pretos da Somália que atacam indiscriminadamente quem passa, a coisa fia mais fino. São uns incivilizados, estes piratas de agora, gente sem rei nem roque e com pouco respeito pela propriedade privada. Mas talvez, um dia, escrevamos belos romances sobre as suas extraordinárias façanhas marítimas.